Texto das posses da mui nobre, mas sempre infame Associação das Comissões de Festas Nicolinas
Minhas senhoras e meus senhores
Sapateiros, calceteiros e actores
Comerciantes, talhantes e grossistas
Advogados, serralheiros e … alfarrabistas…
Cartomantes, endireitas e bruxos
Bar-menés que vendem vinho em cartuchos
Agricultores, gestores e economistas
Padres, freiras e… seminaristas.
Professores, alunos e boticários
Médicos, fadistas e falsários
Jet-set, Jet-Lag, Jet-Mete e DJ´s
Camareiros, bobos e Lightjockeys.
Abraços, a todos a quem se justifique
O político, meus caros, que se fornique.
Não há gato que não mie…
Não cão que não ladre…
Não há porco que não grunha..
Não há cavalo que não relinche
E até aquele galináceo chamado peru
Até ele gurguleja, espeidorrando-se pelo cú…
E até o Bruce Springsteen, dizem que é o boss…
Porque raio não dizeis… E venha a posse..
Eis mais um escorreito texto, um relambório
Da Rua de Camões para o Index Expurgatório
Apresento-vos agora o mago do Reviralho…
Ladys and Gentlemen, Cifrónio Esquerdalho..
Velha Guimarães, pátria amada
Que fazer agora com esta canzoada
O F.M.I.vão chamar? A Pátria finda…
F.M.I. - Forniquem-nos Mais ´Inda…
Tretas, salamaleques, “porreiros pá…”
Disparates imponentes só mesmo cá
E do Orçamento, a fotografia… linda!
FMI – Forniquem-nos Mais ´Inda…
E os “popós” p´rá Cimeira da Nato
Atingir da estupidez o estrelato
Se temos saída, eu chamo-me Arminda
FMI – Forniquem-nos Mais ´Inda…
Mais Greves Gerais! Não ao trabalho
Naquele labor, rápido me emporcalho
E privatizar a TAP? Está na berlinda…
FMI – Forniquem-nos Mais ´Inda…
E os 500 aeuriós do mínimo salário
Quero já o Sócrates no confessionário
Qual Secret Story, o segredo deslinda?
FMI – Forniquem-nos Mais ´Inda…
Não há gato que não mie…
Não cão que não ladre…
Não há porco que não grunha..
Não há cavalo que não relinche
E até aquele galináceo chamado peru
Até ele gurguleja, espeidorrando-se pelo cú…
E até o Bruce Springsteen, dizem que é o boss…
Porque raio não dizeis… E venha a posse..
Boa noite, Guimarães!!!
Bom Povo, meus Irmãos, conterrâneos
Aqui estão os velhos desde oitenta e seis,
Possuídos pelo vinho, até aos calcâneos
Loucos por obrar nestes velhos papéis.
A Festa passou por cá, mas não a cavalo
Perene se enraizou nestas velhas carcaças
Tenho já longas brancas e o cabelo ralo
Mas nas Nicolinas, divirto-me p´a caraças…
Sabemos onde ir buscar, o pinus mais erecto
As casas das Moinas com o manjar predilecto
Posses fomos buscar ao local mais infecto
Recitamos Pregões, puxando pelo intelecto
Estendemos a lança com ar circunspecto…
Nas Danças saltamos com o mais provecto…
Nas roubalheiras levamos candeeiros do tecto…
Nas Novenas rezamos ou dávamos o aspecto…
Fizemos revoluções, depusemos Presidentes
Fomos para o Pinheiro armados até aos dentes
Fomos audazes, pioneiros e certos seguidores
Deixamos namoradas, perdemo-nos de amores…
Não há gato que não mie…
Não cão que não ladre…
Não há porco que não grunha..
Não há cavalo que não relinche
E até aquele galináceo chamado peru
Até ele gurguleja, espeidorrando-se pelo cú…
E até o Bruce Springsteen, dizem que é o boss…
Porque raio não dizeis… E venha a posse..
A vossa geração fica-nos muito aquém
Deixem que vos lance daqui o meu desdém
Passam as noutes no charro e no Facebook
E nem do Pregão esgalham o batuque…
Nós por cá somos do tempo do José Cid
Que cantava a Anita, os trigais e a vide
Venham ter connosco, eu cá não mordo…
Ponho-vos a cantar como cantava o Tordo…
Não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro
as feras.
Entram empresários moralistas
entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente
que dá lucro as milhões.
E diz o inteligente
que acabaram as canções.
Lalalalalalalala
Comíamos sopas de égua cansada
Não havia sopinha passada…
Á pata íamos para o Liceu…
Não era: “Leva-me à Escola, oh meu…”
Jogávamos ao pião e futebol sem bola
Não tínhamos a playstation na sacola…
Faltava o professor, os livros iam pelos ares
Não havia aulas suplementares…
Estudávamos como se fossemos frades
Não havia novas oportunidades
A oportunidade seguinte era fazerem-nos a folha
Meu querido filho tu vais é para trolha…
Se na Escola havia mau comportamento
Não ouvias dos nossos pais um lamento…
Se o Professor nos apanhava com a piela
A resposta era: “Dê-lhe uma assapadela”
E rijos estamos… Hirtos como um varão
Que se ergue em casas de prazer…. E ilusão…
E mesmo neste dia, nada temos a perder…
Só se a malta se chatear e nos mandar… fornicar…
E fornicaremos…….
Não há gato que não mie…
Não cão que não ladre…
Não há porco que não grunha..
Não há cavalo que não relinche
E até aquele galináceo chamado peru
Até ele gurguleja, espeidorrando-se pelo cú…
E até o Bruce Springsteen, dizem que é o boss…
Porque raio não dizeis… E venha a posse..
Da vossa geração virá o casamento panilas
Dos gajos de boneca que brincam com as pilas
Uns dos outros, coitados… Está-se mesmo a ver…
Que triste geração que se está a perder…
E os cartazes das Festas? Ó rapaz, oh dize…
Ficaram na tipografia… Quilhou-vos a crise?
E os programas das Festas? Ó rapaz, oh dize
Ficaram na tipografia… Quilhou-vos a crise?
Enfim…
Deixemos a desdita, rapaziada. Sois nossos!
Vimos da mesma cidade! Dêem cá os ossos…
Saibam que quem dá o pão, também dá o pau…
E lá dentro temos um enorme varapau….
Sorri, rapaziada! Sorri! Estes são os vossos dias
Não vos quedeis com velhas estórias e alegorias
Fazei a vossa e nossa Festa… Sêde felizes…
Deixem-nos por cá a lamber as cicatrizes…
Cuidem da nossa Festa ao Nicolau Velhinho
Sejam vocês próprios! Não copiem o vizinho.
Cuidem da cidade! Queiram sempre mais…
Não sejam soldados, podendo ser generais!
Vinde, Comissão! Ninguém vos põe cabresto!
Montem-se uns nos outros e levem-nos o cesto…
IN VINO VERITAS, MELO PRODUCTIONS
VIMARANES, IV POST KALLENDAS DECEMBRII MMX